terça-feira, abril 29, 2008

Duas quadras e dois tercetos de mágoa


*
De hoje em diante deixo de lado
Este amor atroz,que dos meus dias
Arrancou belezas,alegrias
E deixou-me assim,surdo e calado

Desta paixão insestuosa e rara!
Deste amor cruel,desatinado...
Deste fardo infinitamente pesado...
Deste monstro monumento em carrara!

Desvencilho-me deste sentimento
Que nas noites só me trouxe pranto
E sozinho ruminava meu alento

Não direi que não amo,não minto!
É que da vida já não tive acalanto
E todo ódio é pelo amor que sinto


(Gabriel Gomes Ferrão)

segunda-feira, abril 14, 2008

Paradoxo

-Há veneno no jardim?
Será verdade?
Qual é o porquê desta necessidade?

-Há veneno no jardim!
Que crueldade!
Porém as flores não morrerão de vaidade.

-Há veneno no jardim...
Que solução!
Cercarei de veneno o meu peito
E será um escudo bem perfeito
Para as flores do meu coração!

-Há veneno no meu peito...
Que triste fim!
Enganei-me tentando me cercar...
Afastei quem queria me amar...
Que Ficasse este veneno no Jardim!

(Gabriel Gomes Ferrão)