quinta-feira, setembro 11, 2008

sexta-feira, agosto 29, 2008

A amante! (Despedida...Último Poema)

Auto lá!
Você que vai embora!
Não vê que me apavora
Essa pressa que tu tem?

Fica mais!
Que a vida é sem demora
Fica só mais uma hora
Tua presença me faz bem!

Veja bem:
Por que mais essa agora?
Teu cajado tu decora,
Com fitilhos do Bonfim!

Não vai não!
Tua pressa me apavora!
Não quero que vá embora
Porque corre tanto assim?

Olha lá!
O teu terno no varal!
Os cachorros no quintal
Já não param de latir!

Nosso amor...
Era incondicional
Não desejo o teu mal
Só não deixo tu partir!

Essa outra
É uma moça inconstante
Tem mais de um milhão de amantes!
É mulher desatinada!

Ela abusa
Dos tristes retirantes!
Dos poetas delirantes!
Seja amaldiçoada!

Não vai não!
Deixa sua mala de lado!
Não obedece ao chamado
Dessa que se chama: A estrada!

(Gabriel F.)

quinta-feira, julho 31, 2008

Sertanódia


Eu sou jagunço entricheirado no sertão
No meu chapéu alteia uma estrela
Tenho cascalho no lugar do coração
E numa mão,carrego uma pexera

A minha casa é da Bahia ao Maranhão
E o meu teto,desfraldado infinito
Não vi o mar,mas eu vi a sequidão
Do meu sertão que é sempre mais bonito

Bendito seja meu "padinho",dê a mão!
Dê tiro certo a minha matadeira
E a pexera arrudeie com razão
E seu courisco alumie a noite inteira!

Sou mameluco, Tomo água em ribeirão
Maracatu bom é o de baque virado
Em Juazeiro encontrei a redenção
E meu cordel,por aqui está terminado!

Eu Lírico: João do Mar

(Gabriel F.)

quinta-feira, julho 17, 2008

Até pegar no sono (Ninguém viu)

Em verdade se sente o pranto que não é teu
mas chorado por ti,por olhos apaixonados
Apieda-se do pranto,da alma que morreu
E beija!Dedica teus doces beijos delicados

Criança,lágrimas vão flanquear teu vil
Espírito livre,e o teu rosto iludido
Mas espere!E o meu pranto?Ninguém viu?
Nas noites por ti,eu chorei escondido...

Diz que é triste ver a dor dela
É triste ver chorarem por você
Eu digo que a mais triste dor é aquela
que na noite,ninguém vê...

Choro também por você...
Mas guardo as lágrimas pra mim
um dia,quando por sorte perceber
já terá chegado o fim

Choro,choro...te vejo
choro também
Desejo...
rezo,rezo...almejo
pego no sono
amém...

quinta-feira, junho 26, 2008

Novas Poesias autorais-de-outro (João do Mar-Eu lírico)

::Rimas Marianas::

Encontrei uma fotografia
Que no verso assim dizia:
- Neste outono eu fui feliz
Mas o inverno chegou,e agora?
Nem mais vejo raiar a aourora!
E a fotografia nada me diz

Pode o mar ausentar-se do berço?
Pode um fim se tornar um começo?
Pode a dor tornar-se alegria?
Mas o inverno chegou,e lá fora
O frio triste sempre me apavora
E a fotografia nada me dizia!

Perguntar não era correto
Não havia nada de concreto
No que eu perguntava na hora
Era um medo!Um pavor!Um alento!
Tanto horror que fiquei desatento
Para o sol que nascia lá fora

Eu lírico: João do Mar

(Gabriel Gomes Ferrão)

sábado, maio 31, 2008

Um lago...Uma Virgem...

Título:
Um lago...Uma virgem...

Cenário:
A virgem bela se debruça nas margens do lago
E o lago,com sua voz serena e ancestral lhe confessa:

"Quando desesperada joga teus lábios
como gotas de chuva,e outros os recolhem...
Morre em mim uma parte tua...
Morre em ti uma parte minha....

Quando sedenta,busca em lugares desertos
as velas e os mastros "Do que é perfeito",lá estou eu
Sempre na tua retaguarda...
Obelisco,criatura protetora.
Sombra...
Confessa-me os teus pecados!

Quando triste,culpa tua tristeza pelo fato de não ter compainha,
Lá estou eu,estático,há milênios,vendo tua façe branca...

Quando me confidencia teus amores pagãos,
Revolto-me,encrespo-me...

Quando diz estar com sede,e quase me culpa por ela,
Meu banzo se faz tão profundo quanto eu sou...

Menina - digo - Olhai o lago,enxerga nele uma possibilidade...

E quando o cheiro doce da tua boca de virgem desce até o lamaçal
das minhas nascentes,e de lá não ousas nada...
Sussurro súplicas,repetidas vezes,como ondas que morrem na arrebentação:

- Mata...Mata a tua sede em mim..."

(Gabriel Gomes Ferrão)


"Baseado em histórias que nos contam na cama,antes da gente dormir"

sábado, maio 24, 2008

A Procura do Ordinário

"(...)Não te rias de mim,meu anjo lindo!
Por ti as noites eu velei chorando
Por ti nos sonhos,morrerei sorrindo"

(Álvares de Azevedo)

*

A Procura do Ordinário

Pensei em escrever uns versos
Que falassem de coisas vagas
Não falassem de universos
De amores,solidões e plagas!

Procurei palavras a esmo
Procurei inspiração na rua
Mas sou um apaixonado mesmo!
E da calçada,só enxerguei a lua!

Pensei em descrever a vida
Sem muito ter o que fantasiar
Mas foi dura a minha lida!
Pois de minh'alma não saía o mar!

Procurei escrever um poema
Para uma amiga que vive no sul
Mas só conseguia enxergar a morena
Que amarra o cabelo com um xale azul

Procurei,procurei e pensei
E fiquei cançado de pensar
E no fim,entreguei-me a lei
Dos poetas que é sonhar e amar!

E no sonho que desatinei!
Nesta pérfida e injusta lei!
Não sobrou nem trova,nem canção...

E exausto de tanto delirar!
De palavras xulas procurar!
Deixei falar mais alto o coração...

(Gabriel Gomes Ferrão)

terça-feira, abril 29, 2008

Duas quadras e dois tercetos de mágoa


*
De hoje em diante deixo de lado
Este amor atroz,que dos meus dias
Arrancou belezas,alegrias
E deixou-me assim,surdo e calado

Desta paixão insestuosa e rara!
Deste amor cruel,desatinado...
Deste fardo infinitamente pesado...
Deste monstro monumento em carrara!

Desvencilho-me deste sentimento
Que nas noites só me trouxe pranto
E sozinho ruminava meu alento

Não direi que não amo,não minto!
É que da vida já não tive acalanto
E todo ódio é pelo amor que sinto


(Gabriel Gomes Ferrão)

segunda-feira, abril 14, 2008

Paradoxo

-Há veneno no jardim?
Será verdade?
Qual é o porquê desta necessidade?

-Há veneno no jardim!
Que crueldade!
Porém as flores não morrerão de vaidade.

-Há veneno no jardim...
Que solução!
Cercarei de veneno o meu peito
E será um escudo bem perfeito
Para as flores do meu coração!

-Há veneno no meu peito...
Que triste fim!
Enganei-me tentando me cercar...
Afastei quem queria me amar...
Que Ficasse este veneno no Jardim!

(Gabriel Gomes Ferrão)

sábado, março 29, 2008

Morreu meu pé de maracujá

A morte do pé de Maracujá

-Oh,Deus!O que vejo eu lá?
Subi escadas,desequilibrado
quando cheguei,estava terminado!
Morreu meu pé de maracujá!

Meu Deus,agora?O que será?
O que será do fruto,tão novo?
O que será da poupa,o caroço?
Se morrer,meu pé de maracujá?

Pensar em alegrias,não mais ouso
Um dia sofrido,num céu tão brilhoso!
Um céu sem-vergonha das coisas de cá

Valei-me,Oh santos!Meu são Joãozinho!
Meu pobre santinho,não deixe que vá
Sem que a semente se torne um brotinho
E que um passarinho se aninhe por lá

Semente tão nova!Tão logo sem pai
Pois ele definha,nem o dia raiou
E agora santinho?Exausto estou..
de tanto gritar-Ficaste!Não vai!

Estou consternado,nem ouso cantar
Estou abalado,estou tão sozinho!
Está definhando,meu pobre padrinho
Me deu tanta sombra!me deu tanto ar!

Não há mais folhagens,nem flor,nem ninho
Só um galho seco,sem vida e carinho
Morreu tão tristinho,meu pé de maracujá!

(Gabriel Gomes Ferrão)

Uma simples e humilde homenagem á um grande homem!Guilas Miguel,Marido fiel e Pai dedicado.

Obs: O meu pé de Maracujá morreu hoje também...

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Soneto Platônico (ou quase isso)

Meu coração tem um estranho jeito
Que se enlaça em paixões pequenas
Pois que se enlace em paixões apenas
E deixe em paz,as fibras do meu peito!

Meu coração nunca foi amado!
Compõe poemas em súbito delírio
É feito pequeno,como um olhar sem brilho
É feito gigante,como um céu estrelado

Meu coração,estranho andarilho
Das tempestades,o pródigo filho
Caminha nelas,triste e alucinado!

Meu coração,torto e com defeito
Foi na vereda da vida,o eleito
A ser mais um(por ti)apaixonado!

(Gabriel Gomes Ferrão)

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Um dia...

Um dia eu fujo da Babilônia...
Vou viver no mar...
Tomar banho de chuva.
E o pão? Deus proverá!

Levo comigo a viola
E um esboço de poema
Deixo de lado a cartola
Vivo só pra morena

Da praia faço palácio
Das pedras,cama e sofá
Da morena faço a sereia
Mais feliz do alto mar

De dia,barco e tarrafo
A noite eu passo á cantar
Um teto azul de estrelas
Guardando o nosso sonhar

E se medo e frio eu tiver?
Se a maré derrepente mudar?
Se tudo der para trás?
Como é que eu vou me virar?

Aí que entra a verdade
Que aprendi a duras penas...
Que tal idílica realidade
Só existe em poemas...

Fico na Babilônia
Arrumo um trabalho e tal
Pago luz,água,IPTU
E o bendito cheque-especial!

Caso-me com a morena
Cinco filhos pra criar
Domingo na casa da sogra
E raramente vejo o mar...

Vida triste,cruél!
Oh!Realidade do Cão
Destruiu um lindo sonho!
E arruinou uma bela canção!

(Gabriel Gomes Ferrão)