segunda-feira, outubro 29, 2007

Pôr-do-Sol Improvisado



Eu quis cantar para o sol
Que não queria se por
Atrás do morro,em prol
Da gente do Arpoador
Já não podiam esperar
E eu só queria saber
Se ele morre no mar
Eu pagaria pra ver
Seria muito feliz
Vendo nas ondas cair
De toda luz,a matriz
Vendo a menina sorrir

mas eu ainda não sei o por que...
De amar tanto o mar assim...
Será memória antiga ou o que?
Será que todos são iguais a mim?

Mas na verdade é o sol que se vai
Vai carregando a minha outra metade
Improvisando um pôr-de-sol,ela vai
Triste nuvem de tempestade

Nas pedras eu ancorei
Toda a minha poesia
Com metáforas decorei
Todo o morrer do dia
Mas não falei das tristezas
E nem pretendo falar
Só falarei das belezas
Do sol,do céu e do mar
O mar segura o sol
Que não queria se por
Atrás do morro em prol
Da gente do Arpoador

(Gabriel Gomes Ferrão)

quinta-feira, outubro 11, 2007

Poema antigo (Questões em Voga)

Seria assim?
Como uma força oculta?Como a chuva, que teima em derramar-se?
Como os olhos que não cansam de se olhar?
Seria esta total falta de tonalidades das nuvens?
Seria uma espécie de fim?Poderia existir outra espécie de fim?
Assim como uma contramão natural,Como um perdão?
Seria natural como a morte,mas sem pranto
Seria natural como a vida,mas nem tanto.
Seria um fim sem ter fim
Seria assim...para você e para mim...
Mas de que falo?
Seria de um amor?
De uma amizade?
Ou de uma simples e triste saudade?
Seria de mim?
De qualquer tipo de fim?
Vai ver que é assim que se sente Deus.
Vai ver é assim que se sentem os seus filhos
A eterna dúvida do fim...A eterna dívida do homem,para com ele mesmo.
E mais uma vez pensamos em tudo que sentimos
E percebemos que todos os fins são iguais:
Sempre justificam os meios...
(Gabriel Gomes Ferrão)