Um dia eu fujo da Babilônia...
Vou viver no mar...
Tomar banho de chuva.
E o pão? Deus proverá!
Levo comigo a viola
E um esboço de poema
Deixo de lado a cartola
Vivo só pra morena
Da praia faço palácio
Das pedras,cama e sofá
Da morena faço a sereia
Mais feliz do alto mar
De dia,barco e tarrafo
A noite eu passo á cantar
Um teto azul de estrelas
Guardando o nosso sonhar
E se medo e frio eu tiver?
Se a maré derrepente mudar?
Se tudo der para trás?
Como é que eu vou me virar?
Aí que entra a verdade
Que aprendi a duras penas...
Que tal idílica realidade
Só existe em poemas...
Fico na Babilônia
Arrumo um trabalho e tal
Pago luz,água,IPTU
E o bendito cheque-especial!
Caso-me com a morena
Cinco filhos pra criar
Domingo na casa da sogra
E raramente vejo o mar...
Vida triste,cruél!
Oh!Realidade do Cão
Destruiu um lindo sonho!
E arruinou uma bela canção!
(Gabriel Gomes Ferrão)
quarta-feira, janeiro 16, 2008
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3 comentários:
Salve salve nesse mundo underground.
Rapaz, fiquei até triste com a realidade da sua Babilônia.
E lá ao menos o IPTU não terá o Cesar Maia pra desviar dinheiro para campanha eleitoral.
Abração
Deixando o ideal na poesia e escrevendo realidades, meu caro?
Parece até uma transição...
O poema vai ascendendo e decaindo ao mesmo tempo....
Ascende por que consolida a transição. Decai por que o idealizado não se cumpre...
Todo ser humano bobo gosta de finais mágicos....
Todo ser humano poeta, nem sabe se gosta de finais....
Grande beijo!
É, a Babilônia é uma realidade.
Quando começamos a falar dela é que podemos analisá-la e enfim tentar transformá-la num mar .
Nossa, como você escreve bem. Adorei seus poemas...postei comentário neste pois adorei a transição do imaginário para o real.
Beijão!!
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